domingo, 26 de setembro de 2010
TVC-Rio recebe candidato a deputado federal para dialogar sobre comunicação
Nelson Rocha disse que, primeiramente, antes de democratizar os meios de comunicação, deve-se estabelecer o princípio legal das concessões das rádios e tevês. “A rádio e a tevê estão autorizados a funcionalr pela importância da comunicação? Precisamos garantir que as concessões sejam plurais. Primeiro, defendo a democratização da informação. As tevês e as rádios comunitárias precisam expressar o sentimento coletivo, e não somente o individual. Temos que dar a oportunidade, por exemplo, aos ouvintes de uma rádio de falarem o que querem ouvir”, defendeu ele.
O candidato é a favor da ampliação das tevês comunitárias. “A tevês comunitárias têm um aspecto muito importante, que é o fato delas serem voltadas para a informação, e não se preocupam com o comercial. Neste momento, Olga Amélia enfatizou ao candidato que faz parte da natureza de uma tevê comunitária não difundir marca, ou qualquer anúncio comercial. “A tevê comunitária só pode receber apoio cultural”, frisou a conselheira.
Em seguida, Nelson Rocha, embora tenha deixado claro sua admiração pelo papel de uma tevê comunitária, criticou o fato dela estar dentro de uma grade de canais fechados, necessitando de assinatura para ter acesso. “É um contrasenso uma TV Comunitária, que se propõe a informar, principalmente às comunidades de baixa-renda, mas, que, por outro lado, o acesso é via um canal fechado, que depende de assinatura paga. Precisamos de uma tevê que atue oferecendo a oportunidade do acesso a todos”.
E completou: “Se não tivermos uma tevê que trabalhe para todos, não vamos conseguir preparar as pessoas para vencer na vida, principalmente os mais jovens. A TVC-Rio, neste sentido, é um importante instrumento para levar cultura, educação, saúde, ou seja, informação das mais diversas, de modo que o cidadão consiga raciocinar sobre o que é melhor para a sua vida”.
Enquanto as tevês comunitárias não ganham o direito de exibirem suas programações em um canal aberto – uma das promessas do presidente Lula, durante a 1ª Conferência Nacional de Comunicação –, Nelson Rocha diz que, então, reforçou a importância de democratizar a informação, dando a todos o acesso gratuito à internet. “Defendo a democratização da informação para todos, acesso gratuito à internet, condições para comprar equipamento e capacitação. É importante que todos, sobretudo os idosos, conheçam e consigam lidar com a internet. Isto, sem dúvida, vai assegurar a eles maior segurança, ao realizarem suas transações bancárias”.
Segundo o candidato, o acesso gratuito à internet é uma das formas de garantir ao cidadão a oportunidade de conhecer outros conteúdos de informação, uma vez que a rede permite a entrada a vários canais de comunicação, entre eles, a TVC-Rio. Sobre as rádios comunitárias, Nelson Rocha disse que elas são um importante instrumento de utilidade pública. “Precisamos ampliar essas rádios, porque, além de serem importantes instrumentos de cidadania, estão inseridas em comunidades de baixa-renda. São essas rádios que vão levar relevantes informações para essas pessoas, muitas vezes, em primeiro lugar.
Antes de concluir seu discurso sobre comunicação, o candidato disse que é a favor das reformas política e tributária, do aumento no rendimento da poupança, para garantir o dobro do FGTS ao cidadão, no momento de sua aposentadoria. E também, se eleito, disse que pretende incentivar a criação de um Centro do Dia do Idoso, onde as pessoas da terceira idade poderão passar o dia, como as crianças numa creche, para receberem cuidados médicos, boa alimentação e, principalmente, atenção e carinho.
Educação é tema de debate com candidatos a deputado federal
“O Brasil vem passando por transformações. Lula tem feito mudanças relevantes no país, conseguiu gerar mais de 14 milhões de emprego. Mais ainda existem muitos setores que o governo não avançou. O ponto principal é definir melhor as responsabilidades. Que ente se tornou responsável pela educação do país? Deixou na mão do ente mais fraco. Quando se coloca na responsabilidade do município, a gestão da educação inicia um processo de desigualdade, a começar pela disparidade da receita”.
O pedetista elogiou a criação do Fundeb, o que chamou de solidariedade do governo federal aos municípios. Para ele, o grande desafio é conquistar uma educação que seja administrada em tempo integral por um plano de gerência nacional. “Falta a União assumir a responsabilidade maior. Só assim conseguiremos universalizar a educação”, completou, reafirmando uma de suas principais propostas.
José Carlos Madureira, candidato do PcdoB, disse considerar grave que a educação tenha mudado de posição, ou seja, saiu do centro das discussões para o plano onde necessita receber ajuda. “Todos sempre falaram que a educação é importante, e sempre foi um tema de importantes debates. Mas observamos que, na era da globalização, o governo entendeu que a educação deveria ser entregue à iniciativa privada. Isto aconteceu porque o Estado não teve como dar resposta à proposta da universalização do ensino público. Portanto, o ensino público carece de ajuda”.
Madureira destacou que faz-se urgente romper com o abandono de décadas do ensino público. Para que o país avance na educação, o candidato do PcdoB aposta na valorização dos professores. “Nenhum plano de educação vai para a frente, se o professor não tiver o seu devido valor”.
O candidato do PSB ao cargo de deputado federal, Carlos Eugênio Clemente, compartilha da mesma opinião do candidato José Carlos Madureira. Questionado sobre como ele avalia a educação no país, Eugênio admitiu que há muita coisa para mudar no ensino. Disse que as principais medidas na direção do progresso da educação devem ser o aumento salarial dos professores, melhoria nas estruturas das escolas e desenvolver um programa que estimule aos estudantes o gosto pelo ensino.
“Se existir uma escola de qualidade, professores bem remunerados e o interesse do aluno, já há uma boa educação. Investir em educação não é gasto. É prioridade. Todos os avanços de um país partem da educação. Investir na educação é garantir a construção de uma nação”, avaliou o postulante.
Eugênio também elogiou a criação do Ciep, durante o governo de Leonel Brizola, e, se eleito, pretende propor revisão em alguns livros, que destacam, por exemplo, o militar Emílio Garrastazu Médici como presidente da República. “Médici não pode ser citado como um presidente da República. Ele foi um ditador”. Eugênio demonstrou favorável ao ensino à distância. “Se não temos estruturas físicas, espaços para educar, então devemos investir em todos os meios. Um deles é o ensino à distância. Na era digital, devemos ampliar este direito e, através dele, fazer chegar a educação a todos”.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Candidatos a deputado estadual debatem sobre cultura brasileira
O candidato do PT, Celso Agra, iniciou sua fala, recordando a sua origem, na Ilha da Conceição, em Niterói, época em que a cultura brasileira consagrava as Cantoras do Rádio - . Muitos cantores surgiram da Ilha da Conceição, entre eles, Emilinha Borba, que fez parte da fase áurea do rádio, até então, um dos maiores instrumentos de difusão da cultura brasileira.
Já Rogério Rocco, do PV, disse que o país deve destacar nos grandes eventos a cultura brasileira, sobretudo as produções regionais. E, para alcançar esta meta, Rocco afirmou que “é necessário criar política pública que trabalhe a questão, despertando, fortalecendo, incentivando e apoiando a cultura local de cada região do Brasil”. Rocco ainda destacou que o avanço da urbanização não respeita a cultura, pois muitos prédios que poderiam fazer parte do patrimônio histórico são demolidos para dar espaço a arranha céus.
O candidato do PCdoB, Márcio Marques, como museólogo, destacou um outro evento internacional que também acontecerá no Rio de Janeiro: Agenda Internacional com Museólogos do Mundo, previsto para o ano que vem. “O mais importante é desenvolver uma política cultural que leve em conta a diversidade cultural brasileira. Precisamos deixar claro para os turistas que estarão nos grandes eventos internacionais que o Brasil possui uma identidade cultural forte, e não apenas ressaltar a beleza do país”, disse Marques.
Os candidatos concordaram que a produção cultural hoje é “pasteurizada”, que cria falsos desejos, para alimentar somente o consumo. “É a cultura do ter sobre o ser. Portanto, não defendo mais um intervencionismo do Estado nos meios de comunicação, mas, sim, garantir condições para que sejam descobertas as produções culturais regionais”, ressaltou Rocco. Agra acrescentou: “Vivemos uma velocidade grande das informações. Hoje o Estado tem que pensar não apenas nas formas de cultura, mas também na forma da difusão e como viabilizá-la”. Márcio Marques defendeu que as grandes emissoras de televisão deveriam criar um espaço para divulgar a produção cultural regionalizada, relembrando a importância dos Pontos de Cultura, incentivo do Ministério da Cultura. “Estes Pontos de Cultura atualmente são os únicos que disseminam a cultura regional. Faz-se importante também a criação de Pontos de Memória. Um bom exemplo é o Museu da Maré, que hoje mantém viva a origem e a cultura da população daquela região”.
Celso Agra defendeu a geração de um grande projeto de cultura que pudesse contar com a participação das massas. “Temos que superar a inércia, dominada pelo Imperialismo”, ressaltou.
Rocco pontuou: “A cultura do Século XXI precisa ser de acesso universal e proteger o meio ambiente”.
Márcio Marques finalizou seu discurso, homenageando os líderes que compõem os conselhos da TV Comunitária do Rio. “A existência da TVC no Rio representa o esforço de vários brasileiros de seguidas gerações em prol do avanço do povo. Este espaço é fundamental, sobretudo porque defende e divulga a cultura de cada região desta cidade. E agora esta tevê está dando espaço para os candidatos que têm dificuldades de espaço para defender seus projetos políticos. Recomendo que as pessoas acessem o site da TVC-Rio e visitem este lugar, que é de todos”, sugeriu Marques.
O QUE A GRANDE MIDIA NO BRASIL NÃO DIZ SOBRE A VENEZUELA
Causa grande preocupação e indignação ler as inverdades que a grande mídia no Brasil e no mundo andam divulgando sobre a Venezuela. Inacreditável constatar que a humanidade já chegou à lua e criou satélites graças à precisão científica de dados, e à superação das trevas da Inquisição medieval e, não obstante, os meios de comunicação em poder das oligarquias e grandes corporações financeiras capitalistas continuam inventando, como “O Estado de São Paulo”, sem um pingo de moral e vergonha, fatos, e dados irreais sobre o processo de transformação social na Venezuela.
Soma-se à falta de gabarito profissional o desrespeito ao esforço de milhões de cidadãos venezuelanos que, junto ao governo de H. Chávez, democràticamente eleito e referendado em seguidos pleitos eleitorais desde 1998, estão construindo, palmo a palmo, dia a dia, um novo país que finalmente, prioriza as necessidades dos pobres e dos trabalhadores, espezinhados até ontem, pelas oligarquias e magnatas do petróleo; estes, são os mesmos, primos-irmãos dos que detém o poder da grande mídia venezuelana, como “Globo Visión”, interligados por um sistema de vasos comunicantes envenenados por falsas notícias que percorrem o mundo como bombas de um terrível terrorismo mídiatico. Além de tudo, cometem dois crimes: o crime comercial de vender um produto falso, notícias inventadas que o leitor paga ao consumir; e o crime de imoralidade ao induzir uma opinião pública e atitudes discriminatórias contra uma pessoa, o presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, atribuindo-lhe venenosamente a imagem de “ditador militar”, explorando a falta de informação do cidadão brasileiro sobre um país alhures, e a grandiosidade humana e surpreendente liderança de massas de H. Chávez.
A guerra midiática desencadeada pelos oligopólios da oposição burguesa venezuelana, mostra o seu desespero, vazio e falta de contraproposta programática no embate eleitoral pelas cadeiras da Assembléia Nacional, do próximo dia 26 de setembro. Na vã esperança de superar 1/3 do parlamento que lhes permitiria impor retrocessos às leis e conquistas da revolução bolivariana, e manobrar contra o poder constitucional do presidente da república, nos moldes do golpe de estado contra Zelaya en Honduras, a oposição joga cartas sujas na campanha eleitoral destes dias, com o apoio das grandes TVs privadas, e jornais da oligarquia, orquestrados por grandes grupos econômicos dos EUA.
Uma das bandeiras que a oposição resolveu desfraldar é a questão da segurança. Para isso, expuseram há 3 semanas, na manchete principal do jornal El Nacional, uma agressiva foto montagem de arquivo de 2006, de supostos corpos de jovens num similar Instituto Médico Legal de Caracas, como se fossem vitimas da violência nos dias atuais, numa clara instigação à insatisfação popular contra a insegurança urbana. Tal manipulação midiática de imagens encontrou justa condenação dos meios públicos e comunitários contra essa infame baixaria pornográfica e atentado à infância. Como se não bastasse, o New York Times saiu com outra injúria contra a revolução bolivariana, alegando que na Venezuela havia mais violência que no Iraque. Tal evidente atentado à verdade, ousando comparar a carnificina promovida durante 5 anos de bombardeio de armas de urânio contra crianças e mulheres por tropas de ocupação imperialistas da Otan e dos EUA no Iraque, com a violência social diária intrínseca a um processo em transformação, incompleto, mas em marcha, rompendo com as causas da violência, a pobreza e a exploração capitalista, herdadas do regime anterior a 1998, confirma uma máquina midiática golpista internacional tentando ameaçar a vitória eleitoral do PSUV-PCV e a continuidade da revolução bolivariana. Mas, o tiro lhes saiu pela culatra, pois o governo bolivariano, não se deteve somente em contra-restar no campo da guerra mídiatica, mas, aprofundou de fato as medidas de segurança. Sem negar que ainda existem sérios problemas de segurança a serem superados, mas em decréscimo. As estatísticas do Ministério do Poder Popular para as Relações Internas e Justiça, tomam exemplos de alguns municípios mais violentos da capital, onde houve uma redução de 49% dos homicídios, 54% dos roubos e 65,6%da violencia em geral). O problema da insegurança é maior nos estados onde governa a direita, onde a polícia local corrupta e aliada à oligarquia não se subordina ao controle da polícia nacional. O presidente Chávez criou o Plano Dibise (Dispositivo bicentenário de segurança), composto pela nova Policia Nacional Bolivariana e pela Milícias Bolivarianas (população civil armada). Diariamente se desbaratam fábricas de armas ilegais e grupos de narcotraficantes, que servem para cobrir o paramilitarismo contra-revolucionário. Bom exemplo o que tem ocorrido no metro de Caracas: ativou-se um serviço de segurança composto de elementos do Dibise e da Guarda patrimonial, recebendo aplausos da população civil pela evidente redução de assaltos. A sensação que este ato governamental provocou é de que a medida tem servido a um exercício de um poder civil-militar-milícias em preparação contra provocações golpistas que a oposição poderá armar, na eventualidade de uma derrota eleitoral e de continuidade de perda de poder.
A elevação da consciência de um soldado amigo e defensor do povo, e não repressor, tem sido uma das tantas metas. A criação recente da Universidade Militar Bolivariana, ao lado da já existente Universidade Experimental das Forças Armadas, indica a preocupação de preparar um exército com formação ideológica e técnica capacitada para o espírito da revolução social e antiimperialista.
Mas, este é apenas um aspecto do poder popular em construção na Venezuela; aquele que reforça a conclusão de que “a revolução bolivariana é pacífica, mas não desarmada”. Pois, a tendência é que o processo siga em dois trilhos paralelos no mesmo sentido. Ou seja, a decisão de apostar no processo eleitoral, ganhar os 2/3 da Assembléia Nacional, numa aguerrida campanha da chamada “maquinária eleitoral” do PSUV não exclui o incentivo que o próprio governo está dando às comunas socialistas, ao poder comunal, do povo organizado nos bairros, comitês de fábricas recuperadas, sindicatos e milícias armadas. Não há como confiar que a oposição burguesa respeite o resultado eleitoral no caso da sua derrota. É uma oposição incapaz de oferecer alternativas e debater, mas capaz de festejar a morte do governador de Guarico do PSUV, Willian Lara, e de Guilhermo García Ponce, diretor do jornal VEA, órgão alinhado com o governo bolivariano, ou a queda de um avião civil em Margarita, como se fossem derrotas do chavismo; embuída de histeria anticomunista, diante de qualquer medida econômico-social que favoreça os pobres. É um oposição ávida ao golpismo.
E chegamos ao ponto: as razões do desespero da oposição é justamente porque há uma evidente ofensiva do governo de Chávez através de medidas econômicas de cunho social nos últimos meses que tocaram nos Bancos privados: a intervenção estatal sobre o Banco Federal, que tinha como um dos acionistas, Nelson Mezerhane, membro diretor da Globo Visión, foragido nos EUA com a poupança dos correntistas; a perseguição a imobiliárias e financeiras, casas de cambio (Econoinvest) que vitimaram fraudulentamente a milhares de compradores de apartamentos e investidores da classe media. E para maior irritação dos “esquálidos” capitalistas: o governo criou um Banco do Povo Soberano, com 100 terminais bancários comunitários (TBCom) em todo o país, com sistema computerizado e importado em acordo com o governo Lula. E para completar: criou-se um “Cartão do Bem Viver” para que as pessoas mais necessitadas tenham créditos e facilitações na aquisição de bens de primeira necessidade nos chamados mercados bicentenários, nos quais se obtém substancialmente alimentos, distribuídos pelo estado a preços super-populares; e para fins de turismo interno. Os ignorantes meios de comunicação privados já gritaram: “comunismo! Como as libretas de racionamento em Cuba!”. Nada a ver; são cartões com finalidades diversas, mas o fantasma do “comunismo” os persegue.
A questão da soberania alimentar antes tão autocriticada nas filas internas da revolução no pós referendo pelas mudanças constitucionais de 2007, como parte do debate sobre as 3 Rs (Revisão, Retificação e Reimpulso e) tem sido a menina dos olhos do governo. É notável a dedicação de Chávez ao item do auto-abastecimento alimentar nos últimos meses no esforço de superar a dependência às importações. Mesmo com retardo, se estão dando grandes passos. Abundam Mercais, PDVals e os chamados Mercados Bicentenários de produtos alimentares, distribuídos pelo estado, com maioritária produção nacional e importações dos paises da ALBA, Mercosur ou da China. O estado logra vender a preços bem inferiores aos super-mercados privados; isso, e o maior controle estatal dos preços tabelados, tem favorecido de forma notável o consumo alimentar, e inclusive, do material escolar produzido na Indepal e importado da China. O estado é consciente de que a Reforma agrária é base fundamental para a produção alimentar e o auto-abastecimento. Se acelera a distribuição de terras improdutivas no campo, e terras urbanas (mais de 6.000 famílias tiveram posse de terra no bairro pobre de Petare, nos morros de Caracas). É bom saber que em maio de 2010 que a Assembléia Nacional votou a nova Lei de Terras, onde entre outras estabelece: "os camponeses que tenham trabalhado mais de 3 anos ininterruptos em terras privadas alheias serão sujeitos preferenciais de atribuição de tais terras, se as mesmas forem expropriadase pelo Instituto Nacional de Terras (INTI)". En junho, outra lei em apoio aos pequenos e médios agricultores, estimula a agricultura nacional e reivindica o direito de mais de 2 milhões de famílias camponesas. Segundo a nova reforma elimina-se a terceirização e o latifúndio.Várias hectareas de terras resgatadas pelo estado tem sido destinadas à produção de alimentos. E atos de incentivo às hortaliças em terrenos e comunidades urbanas, tipo agropônicos combinados com piscicultura, para auto-abastecimento, se realizam em bairros como 23 de Janeiro, com a participação direta do presidente que conclama a defender tal patrimônio comunal com a ajuda das milícias revolucionárias. Se no Brasil temos o “Minha vida, minha casa”, a Venezuela no mesmo espírito de integração de ideias tem inúmeros projetos de construção de milhares de casas populares, produtos da Petrocasa, que em 2 dias, com o trabalho dos próprios futuros moradores, mulheres e familiares, montam uma casa em PVC.
E para completar o horror da oposição e dos histéricos oligopólios da mídia internacional há outra novidade: o projeto “Minha casa bem equipada”. Em que consiste? Um projeto que permite as pessoas adquirirem geladeira, máquina de lavar roupa e fogão, diretamente do estado, ou seja da Comersso (Consórcio de Comércio Socialista). Se embriona um monopólio do comércio exterior. Diz o presidente: “eu compro uma geladeira da China, pago algumas taxas aduaneiras e te vendo a um preço 2 vezes inferior ao da empresa privada. Que tal?”.
Diante desta avalancha de medidas sociais que o governo bolivariano tem promovido a favor dos humildes e dos trabalhadores, mantendo a meta socialista, não é difícil de imaginar, o sentimento de pequeñez e histeria da oposição burguesa, Adeco, Copei, e os tais da Mesa Unitária para as eleições. As apelações a outros meios estão em marcha. Começaram a explodir geradores de eletricidade, com evidente matriz opositora, ocasionando black-out e ameaçando o andamento das eleições do dia 26. Há os que jogam com os números falsos, como o jornal “O Estado de São Paulo”. Outros que jogam bombas de verdade. Prudente o alerta e a decisão de proteção militar tomada pelo governo bolivariano sobre todas as instalações elétricas do país.
A estas alturas, qualquer tentativa da oposição venezuelana de fazer uma campanha virando o lixo ou o buraco das ruas, caiu no vazio. Não que se tenham resolvido tais problemas completamente. Mas, antes de tudo, as instituições afins têm se movido mais, após Chávez martelar pública e persistentemente contra a burocracia. Aos poucos, a participação social, com varredores de conselhos comunais estimulando até mesmo um nova consciência coletiva, sinalizam uma mudança cultural e moral necessária. Aliás, varrer com a burocracia tem sido um chamado constante de Chávez, e apontado como um grande perigo para a revolução. Como ousa ainda a grande midia no Brasil, insultá-lo como caudilho, ou ditador? Um ditador não dialoga com o povo humilde sobre todos as suas necessidades, como tem feito, reuniões ministeriais abertas por TV, caravanas e assembléias domenicais com o povo. Na Venezuela de alguns anos atrás, antes da revolução bolivariana, de 1998, a mortalidade infantil era de 28 por cada 1.000 nascidos, e hoje, graças a essa “ditadura”, caiu para 14. O país foi declarado pela Unesco, livre do analfabetismo. Vários adultos da chamada terceira-idade, que não puderam estudar, agora, vão à universidade, graças à Missão Sucre. A revolução bolivariana está dando dignidade ao povo e, nas próximas eleições do dia 26 tem grande chance de se reafirmar assegurando os 2/3 do parlamento como demonstração de querer assegurar a sua continuidade. Como no Brasil, nas eleições de outubro, o voto em Dilma Rousseff em grande parte representará o voto da continuidade e da garantia de uma maior integração latinoamericana já desencadeada por Chávez-Lula. Isso é o que a grande mídia internacional, títeres do imperialismo querem impedir. Mas, não passarão! Vitória da revolução bolivariana à vista no próximo dia 26 de setembro.
H. Iono
Jornal Revolução Socialista
30/08/2010
O ESTADO DE SÃO PAULO
A nova cena venezuelana
Uma combinação tóxica de retrocesso econômico, inflação acelerada e criminalidade incontida deverá subtrair do caudilho Hugo Chávez nas eleições legislativas de 26 de setembro próximo o controle absoluto que exerce desde 2005 sobre a Assembleia Nacional, o Parlamento venezuelano. Naquele ano, a oposição cometeu o erro monumental de boicotar a votação, para não conferir legitimidade à disputa nem ao colegiado que dela resultaria, com previsível maioria chavista.
Com isso, o autocrata pôde contar quantas vezes quis com o endosso parlamentar aos seus projetos de edificação do regime bolivariano sobre as ruínas do estado democrático, ou, como ele diria, o entulho das liberdades burguesas. Por exemplo, a Assembleia transformou em letra morta o resultado - adverso aos desejos de Chávez - do plebiscito de 2007 sobre a reforma constitucional que lhe daria a oportunidade de se tornar presidente vitalício, ao permitir que se recandidatasse indefinidas vezes.
Objetivamente, o lado bom disso - embora não para o aqui e agora dos venezuelanos - foi a comprovação de que, à vontade para mandar e desmandar, Chávez apenas conseguiu empilhar desastres nas mais diversas áreas de atuação do governo. De tal modo devastou as finanças públicas que foi obrigado até a cortar gastos com os programas sociais que seriam o porta-estandarte do seu pretenso socialismo do século 21.
A deterioração da economia e da infraestrutura venezuelanas, com a destruição da capacidade produtiva nacional, a falta de alimentos e o racionamento de energia - em um país que flutua sobre um mar de petróleo -, se exprime em números devastadores. As reservas internacionais venezuelanas, em queda acentuada, não passam hoje de US$ 13,1 bilhões. A Venezuela vive o segundo ano consecutivo de recessão, sem indícios de retomada à vista.
À queda de 3,28% do PIB em 2009 deverá se somar um novo naufrágio, estimado entre 3% e 6% negativos, na contramão da maioria das economias emergentes. O que aumenta na república chavista são a inflação e a violência. No ano passado, os preços subiram 25%. A previsão para 2010 é de 40%. A criminalidade - a maior preocupação dos venezuelanos - supera a de qualquer outro país da América do Sul. No decênio terminado em 2009, o número de assassínios por ano praticamente quintuplicou, chegando a 19 mil.
De janeiro a julho último, Caracas registrou a média de 140 homicídios por 100 mil habitantes. Em São Paulo, para se ter ideia, a proporção é da ordem de 11. Calcula-se que 1 em cada 5 policiais está mancomunado com o crime. Em meio a tantas desgraças, não admira que a lona do circo chavista esteja cedendo. A popularidade do caudilho caiu de 70% em 2008 para 36% essa semana. A sua aprovação é ainda majoritária apenas na classe E, no piso absoluto da pirâmide social. Quase 60% dos venezuelanos de todas as classes culpam Chávez pessoalmente por suas agruras.
Em tese, esse quadro deveria mudar acentuadamente a distribuição das 163 cadeiras da Assembléia Nacional. Nas pesquisas, entre os eleitores que já firmaram a sua intenção de voto nas eleições de 26 de setembro, a Unidade Democrática, uma coalizão de 16 partidos antichavistas, somada às legendas independentes, bate o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), do governo e seus aliados, por 14 pontos. Na realidade, essa vantagem pode não se traduzir na relação de forças das bancadas parlamentares.
Isso porque, além do sistema de voto distrital adotado no país, que tende a distorcer a relação entre sufrágios recebidos e cadeiras conquistadas, Chávez espertamente fez aprovar uma reforma eleitoral - na verdade, um casuísmo - que modificou a composição das circunscrições eleitorais e reduziu a representação parlamentar dos oito Estados mais populosos, governados pela oposição. Com isso, ainda que não recorra à fraude, o autocrata poderá ter no Congresso a maioria que lhe faltar nas urnas.
De todo modo, tudo indica que não reterá a maioria absoluta dos assentos com a qual tem podido aprovar as emendas constitucionais que dão um simulacro de legitimidade ao seu projeto totalitário. Um ano antes da próxima eleição presidencial, isso significa muito.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
TVC-Rio nas Eleições 2010
A TV Comunitária do Rio de Janeiro (TVC-Rio, canal 06 da Net) está preparando uma programação especial para as Eleições 2010, na qual dialogará com candidatos a deputados estaduais e federais, com o intuito de divulgar as propostas para os seguintes temas: Educação, Cultura, Desenvolvimento e Geração de Emprego, Segurança e Energia. Os encontros acontecerão no auditório da TVC-Rio, no Centro do Rio. Os debates com os candidatos vão acontecer em quatro dias – 8, 9, 14 e 15 de setembro. Nos dias 8 e 14, os dois encontros – às 15h e às 17h30 – serão com os candidatos ao cargo de deputado federal. Já os dias 9 e 15 – às 14h e 15h30 – a TVC-Rio receberá os candidatos ao cargo de deputado estadual. A TVC, em breve, divulgará os dias em que receberá os candidatos ao cargo majoritário – Senado Federal e Governo do Estado do Rio. Fique atento à programação da TVC-Rio. Os debates serão exibidos na íntegra em breve!