segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Candidatos a deputado estadual debatem sobre cultura brasileira

Em mais um encontro com os postulantes ao cargo de deputado estadual, a TVC-Rio recebeu Celso Agra (PT), Rogério Rocco (PV) e Márcio Marques (PcdoB), para dialogar sobre cultura e de que forma o país deve se preparar para tratar deste tema nos eventos internacionais que vão ocorrer nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O candidato do PT, Celso Agra, iniciou sua fala, recordando a sua origem, na Ilha da Conceição, em Niterói, época em que a cultura brasileira consagrava as Cantoras do Rádio - . Muitos cantores surgiram da Ilha da Conceição, entre eles, Emilinha Borba, que fez parte da fase áurea do rádio, até então, um dos maiores instrumentos de difusão da cultura brasileira.

Já Rogério Rocco, do PV, disse que o país deve destacar nos grandes eventos a cultura brasileira, sobretudo as produções regionais. E, para alcançar esta meta, Rocco afirmou que “é necessário criar política pública que trabalhe a questão, despertando, fortalecendo, incentivando e apoiando a cultura local de cada região do Brasil”. Rocco ainda destacou que o avanço da urbanização não respeita a cultura, pois muitos prédios que poderiam fazer parte do patrimônio histórico são demolidos para dar espaço a arranha céus.

O candidato do PCdoB, Márcio Marques, como museólogo, destacou um outro evento internacional que também acontecerá no Rio de Janeiro: Agenda Internacional com Museólogos do Mundo, previsto para o ano que vem. “O mais importante é desenvolver uma política cultural que leve em conta a diversidade cultural brasileira. Precisamos deixar claro para os turistas que estarão nos grandes eventos internacionais que o Brasil possui uma identidade cultural forte, e não apenas ressaltar a beleza do país”, disse Marques.

Os candidatos concordaram que a produção cultural hoje é “pasteurizada”, que cria falsos desejos, para alimentar somente o consumo. “É a cultura do ter sobre o ser. Portanto, não defendo mais um intervencionismo do Estado nos meios de comunicação, mas, sim, garantir condições para que sejam descobertas as produções culturais regionais”, ressaltou Rocco. Agra acrescentou: “Vivemos uma velocidade grande das informações. Hoje o Estado tem que pensar não apenas nas formas de cultura, mas também na forma da difusão e como viabilizá-la”. Márcio Marques defendeu que as grandes emissoras de televisão deveriam criar um espaço para divulgar a produção cultural regionalizada, relembrando a importância dos Pontos de Cultura, incentivo do Ministério da Cultura. “Estes Pontos de Cultura atualmente são os únicos que disseminam a cultura regional. Faz-se importante também a criação de Pontos de Memória. Um bom exemplo é o Museu da Maré, que hoje mantém viva a origem e a cultura da população daquela região”.

Celso Agra defendeu a geração de um grande projeto de cultura que pudesse contar com a participação das massas. “Temos que superar a inércia, dominada pelo Imperialismo”, ressaltou.
Rocco pontuou: “A cultura do Século XXI precisa ser de acesso universal e proteger o meio ambiente”.
Márcio Marques finalizou seu discurso, homenageando os líderes que compõem os conselhos da TV Comunitária do Rio. “A existência da TVC no Rio representa o esforço de vários brasileiros de seguidas gerações em prol do avanço do povo. Este espaço é fundamental, sobretudo porque defende e divulga a cultura de cada região desta cidade. E agora esta tevê está dando espaço para os candidatos que têm dificuldades de espaço para defender seus projetos políticos. Recomendo que as pessoas acessem o site da TVC-Rio e visitem este lugar, que é de todos”, sugeriu Marques.

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