A Rede Record rebateu, na edição de quarta-feira (12) do Jornal da Record, as acusações veiculadas pela Rede Globo, sua principal concorrente, contra o bispo Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus. Em reportagem na noite anterior, o Jornal Nacional deu destaque à ação criminal aberta pelo juiz Gláucio de Araújo, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, contra o bispo.
A Globo noticiou, durante reportagem que teve a duração de 10 minutos, as denúncias de lavagem de dinheiro, fraudes e formação de quadrilha, encaminhadas pelo Ministério Público Estadual contra o fundador da igreja Universal, acentuando a vinculação da concorrente com o evangélico.
Segundo a reportagem do Jornal Nacional, Edir Macedo seria o líder de uma quadrilha que, aproveitando-se da isenção de impostos oferecida às igrejas, enviava para fora do país o dinheiro arrecadado junto aos fiéis. A matéria relatou que a operação envolveria o envio de R$ 8 bilhões em dez anos, que voltavam ao Brasil na forma de investimentos através de empresas instaladas aqui e eram aplicados na compra de aviões, imóveis e emissoras de televisão.
A Record deu o troco, acusando a Globo de monopólio de informação que manipula a opinião pública, além de ter conseguido a concessão através de um empréstimo ilegal de US$ 6 milhões no exterior com o patrocínio da ditadura. Na matéria, o telejornal diz que a Globo se sente ameaçada pelo crescimento da audiência da emissora.
Conforme o Jornal da Record, o acordo da família Marinho com o grupo americano Time Life teria sido com cláusulas de gaveta secretas, para burlar a Constituição, que impedia a participação estrangeira em empresas de comunicação no Brasil.
A edição do telejornal denunciou que a Globo manipulou informações nas eleições de 1989, ajudando Fernando Collor a se eleger presidente da República; que buscou mudar o resultado da eleição para o governo do Rio de Janeiro, em 1982, para tentar impedir a vitória de Leonel Brizola; de sabotagem à campanha das Diretas Já; de perseguição ao governo Lula e a tentativa de impedir a reeleição do presidente, em 2006.
Faltou dizer que a Globo burlou a Lei do Cabo (9877/05), que impede que grupos estrangeiros controlem mais de 49% do capital votante (ON, ações ordinárias) das empresas de TV a cabo, ao vender a NET para a Telmex, tornando-se laranja do mexicano Carlos Slim (ver HP edição 2.677, 20/24/06/2008). A NET é controlada pela “GB”, que detém 51% das ações ordinárias, que dá direito a voto. O restante do capital votante da NET é distribuído entre a Telmex (que possui 38,01% em nome da Embratel), Globo (10,34% através dela e sua subsidiária Distel) e 1% que está pulverizado. Porém a mesma Telmex possui 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais da “GB”, enquanto a Globo tem 51% das ações ON desta empresa.
O presidente da Net, José Antonio Felix, admitiu que há um acordo entre a Globo e a Telmex para que, caso haja uma mudança na legislação (como pretende o PL-29), a empresa dos Marinhos venda 2% das ações e passe o controle ao Slim.
Mas não é só nas transações que a Record e a Globo se assemelham. Na programação também. A Record resolveu copiar o baixíssimo nível dos chamados “reality shows” da Globo (os enésimos BBBs) e está apresentando algo como “A Fazenda”, além de outros programas.
(http://www.horadopovo.com.br/ - acesso 18/08/09 - 08:24)
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