domingo, 30 de agosto de 2009

Beto Almeida - Direito de Resposta à IstoÉ

Beto Almeida no lançamento da Era das Utopias na TV Brasil no Rio de Janeiro

Ao jornalista Octávio Costa
Sr. Diretor de Redação da Revista "Isto é" - Sucursal Brasília
Nesta

Na forma da Constituição Federal, art. 5º, inciso V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem -, venho solicitar direito de resposta, diante da matéria produzida pelo jornalista Claudio Dantas Sequeira, intitulada "O Lobista de Chavez", publicado na edição de 22.08.09, página 46, encaminhando para tanto o texto abaixo a fim de que o mesmo seja publicado observando-se a mesma localização, espaço e destaque.Todo mundo nesse país sabe o que eu faço, em que eu acredito, etc., há décadas. Nunca houve dúvida sobre isso. Todo mundo sabe que eu sou conselheiro da Telesur. O desconhecido aqui, o embuçado, não sou eu, mas esse elemento que me ataca - e, com certeza, não gratuitamente. Não sei quem é, mas não é por acaso que não conseguiu encontrar outra palavra, senão lobista, para me difamar. Portanto, vê-se logo quem é o lobista.Mas nem todos os lobistas acham que se alguém defende uma causa nobre, não é porque acredite nela, mas porque recebeu dinheiro para tal. É preciso, além de lobista, ser pervertido para ver o mundo desta maneira. Naturalmente, existem lobistas do Departamento de Estado, das multinacionais e dos bancos - aliás, certo tipo de escriba sempre está disposto a ser lobista de quaisquer poderosos ou endinheirados que apareçam.O que não existe é lobista que defenda uma causa sem dinheiro, que prefira defender o povo e os pobres e suas causas, em vez dos ricos e poderosos. Que prefira afrontar monopólios e mercenários sem ganhar nada com isso. Que prefira ser expulso da Universidade por uma ditadura, a calar diante das injustiças cometidas.

Minha atividade profissional como jornalista concursado da TV Senado é oposta ao lobismo. Cumpro, rigorosamente, os planos de trabalhos jornalísticos estabelecidos por minha Chefia, realizando, diariamente, entrevistas sobre temas que versam sobre política, economia, cidadania, arte e cultura, como se pode observar na programação da emissora. É atividade largamente conhecida, própria da sua natureza televisiva.

Não é verdade que faço horas extras para defender interesses de outro país. Nem faço, nem recebo horas extras, como também os interesses que defendo são os da Nação Brasileira, seguindo o disposto na Constituição Federal. Vale lembrar que está na Constituição Brasileira a objetivo de construir uma comunidade latino-americana de países. Minhas funções como conselheiro da Telesur, atividade sem vínculo empregatício ou remuneração, estão plenamente em sintonia com o descrito na Constituição Brasileira relativamente à integração regional.

Também não é verdade que divido minha rotina funcional no Senado. Cumpro integral e disciplinadamente minha rotina de trabalho e a legislação específica do serviço público. E seu resultado é visível.

Não é verdade que eu assinei convênio com o governo Requião, mas os executivos da Telesur sim firmaram convênio de cooperação em serviços de sons e imagens, ato rigorosamente legal, seguindo o disposto constitucional de promover a integração da América Latina.

Não é verdade que uso meu e-mail no Senado em listas de discussões. Mas recebo diariamente muitas dezenas de mensagens, respondo telespectadores, como profissional de comunicação que sou. Uso exclusivamente o meu e-mail pessoal para listas de debates que, ademais, fazem parte da atividade intelectual desempenhada por jornalistas. Registro já ter constatado a presença de e-mails de autoridades e de parlamentares nestas mesmas listas de discussões, tratando de temas como televisão pública, tema diretamente ligado à atividade profissional que exerço. De resto, vale dizer que são listas de debate público, próprias da democracia ampliada pela internet, nas quais a liberdade de opinião é praticada. O certo é que quem me ataca se opõe a isto.

Também não é verdadeiro afirmar que viajo com freqüência à Venezuela, apenas eventualmente, quando convidado para reunião dos conselheiros da Telesur, representando a TV Comunitária de Brasília, a qual presido, também sem vínculo empregatício ou remuneração. A finalidade é a integração informativo-cultural da América Latina e dos países que compõe o hemisfério Sul.

Esta posição coincide plenamente com os ideais integracionistas consagrados na Constituição Brasileira, assumidos plenamente como ação do Estado Brasileiro por meio de nossa política exterior, cujos resultados, aliás, têm sido benéficos ao nosso povo, multiplicando e diversificando relações econômicas, comerciais e culturais. A matéria tenta colocar em dúvida e enxovalhar o caráter voluntário desta função por mim exercida, certamente porque seu autor deve medir o mundo pelo amargo desprezo que nutre pelas causas solidárias e humanísticas. Já esta marca faz parte de toda minha vida consciente. Seja quando voluntariamente estive presente nas Brigadas Internacionais de Solidariedade à Nicarágua na década de 80, cumprindo funções de produção, de educação, de informação, de prevenção em saúde, sem qualquer remuneração. Assim foi também quando, presidindo o Comitê de Solidariedade ao Timor Leste - cuja autodeterminação foi sempre defendida pela política exterior brasileira a partir do Governo Sarney - estive naquela ilha longínqua para levar a solidariedade brasileira, materializada na doação de centenas de livros e de uma Rádio Comunitária hoje lá instalada. Por meio de livros e desta emissora, levamos a presença solidária e cooperativa da nossa música e cultura e do nosso idioma para o povo maubere, o que se reveste de enorme importância já que o idioma português é um dos idiomas oficiais daquele país que integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, cuja cooperação vem sendo crescentemente incentivada por nossa política externa há décadas. Toda esta atividade foi e é rigorosamente voluntária, sem qualquer remuneração. Para mim, assumir causas solidárias e humanistas voluntariamente é apenas uma retribuição ao investimento que o povo brasileiro fez na minha formação profissional, já que me formei na universidade pública. É obrigação minha.

Assim, como conselheiro da Telesur defendo os interesses maiores do Brasil, entre os quais o de construir uma integração entre povos e países latino-americanos, para superar a miséria e a desinformação, seguindo tendência hoje mundialmente consagrada, como podemos observar na construção da União Européia. Há, sem dúvida, os que trabalham contra esta unidade, contra esta cooperação, contra a tendência moderna da solidariedade entre nações e que praticam um jornalismo de desintegração. Pelos termos da matéria publicada, seu autor deve estar entre eles. Tivesse eu alguma coincidência política com os golpistas de Honduras eu não estaria sendo caluniado, difamado e injuriado como estou.... Como cidadão brasileiro, exercendo o direito de opinião, defendi e defendo iniciativas que promovam esta cooperação e solidariedade entre os povos. Desde o Mercosul, quando nasceu, a sua consolidação e qualificação, e agora a Unasul, iniciativas que entendo capazes de promover a prosperidade comum, o respeito à autodeterminação e a paz. Minha atividade voluntária no âmbito da Telesur tem este sentido e esta missão no plano comunicacional, para que os povos do sul possam conhecer sua própria história, sua cultura, assumir como povos cultos e bem informados o protagonismo de decidir soberanamente seu destino histórico.

Para mim basta a felicidade de estar do lado certo desta luta, ao lados os humilhados, dos explorados, do lado da justiça, do lado dos que lutam contra qualquer forma de opressão e embrutecimento aos seres humanos. Estarei com minhas causas até o fim dos meus dias. Trata-se de um compromisso de uma vida inteira. Enquanto alguns escribas ladram, a caravana da história passa....

Finalizando, solicito o direito constitucional de resposta, com a publicação do texto acima em edição com igual tiragem, tamanho e destaque, sem deixar de responsabilizar a revista por qualquer prejuízo que eu e minha família venhamos a sofrer em minhas atividades profissionais como servidor público, em virtude das inverdades publicadas.

Carlos Alberto de Almeida, jornalista
Bsb. 26.08.2009
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O ataque covarde da IstoÉ à Venezuela
Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009
Blog do Altamiro Borges

Na edição desta semana, a revista IstoÉ, famosa por suas capas sensacionalistas e reportagens difamatórias, aprontou mais uma das suas. No artigo “O lobista de Chávez”, ela desferiu um ataque covarde contra o jornalista Carlos Alberto de Almeida, reconhecido por sua militância internacionalista e por seu compromisso com a ética jornalística. Descaradamente marcarthista, o texto insufla a perseguição política: “Jornalista brasileiro trabalha no Senado, mas faz hora extra para defender os interesses da Venezuela”. Nela, o senador tucano Álvaro Dias aparece pregando a apuração sobre a “dupla militância do funcionário”. Só falta pedir a sua demissão!
Para a revista, que nunca escondeu o seu ódio à revolução bolivariana, Beto Almeida seria um inimigo da “liberdade de expressão” por defender as medidas de Hugo Chávez contra a ditadura midiática. A fonte principal da IstoÉ é Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), a máfia dos barões da mídia que não tolera qualquer restrição legal à “libertinagem de imprensa”. O texto também desfere duro ataque à Telesur, “a emissora criada para se contrapor à rede americana CNN na América Latina”. Beto Almeida é membro do seu conselho diretivo, “seguindo à risca a cartilha do caudilho venezuelano”, esbraveja a revista.

Temores da mídia colonizada
Na prática, o rancoroso artigo visa atingir o presidente Hugo Chávez, num momento em que o parlamento brasileiro discute a adesão da Venezuela ao Mercosul. Ele também procura evitar o fortalecimento da Telesur, que já agrega vários países do continente e realiza o contraponto à mídia colonizada pelos EUA. A IstoÉ chega a alertar os reacionários de plantão. “Até agora, a emissora funciona de forma precária, quase na informalidade. Mas, aos poucos, Beto avança no lobby pelos ideais bolivarianos. Já emplacou, por exemplo, a programação da Telesur na grade do Canal Comunitário de Brasil, a ‘TV Cidade Livre’, da qual é presidente. E está costurando um convênio entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Telesur”.
No seu reacionarismo inconsistente e leviano, a IstoÉ joga farpas para todos os lados. Ataca o governo de Roberto Requião (PMDB), que retransmite a Telesur na TVE do Paraná, e critica a militância de Beto Almeida em defesa do “repasse das verbas públicas para emissoras públicas e comunitárias”. De forma marota, ela aproveita o episódio para se contrapor à 1ª Conferência Nacional de Comunicação. A revista não tolera a diversidade e pluralidade informativas e rejeita qualquer ação que vise enfrentar a concentração e a manipulação midiáticas. Para ela, a militância de Beto Almeida é incompatível “com os princípios da liberdade de expressão”.

“IstoÉ Daniel Dantas”
A publicação semanal da Editora Três já é bem conhecida por seu jornalismo sensacionalista e mercenário, sempre na busca insana por aumento de tiragem e de lucros. Em fevereiro passado, no texto intitulado “Stédile, o intocável”, ela procurou justificar a repressão às 270 famílias de sem-terras acampadas numa fazenda em Eldorado da Carajás (PA), adquirida ilegalmente pelo Grupo Opportunity, controlado pelo mega-especulador Daniel Dantas. A agressão ao líder do MST teve como objetivo criminalizar a luta pela reforma agrária e defender o banqueiro.
Na ocasião, o MST respondeu a altura no texto intitulado “IstoÉ Daniel Dantas”. Lembrou que a revista “atua como títere dos poderosos, ao passo que se distancia do compromisso com a sociedade e a ética jornalística”. Destacou que ela faz o papel de advogado do bandido e que evita noticiar as sujeiras de Daniel Dantas, “preso em julho passado durante a operação da Polícia Federal por prática de crimes financeiros e de desvio de verbas públicas”. E ironizou: “Resta saber se o conteúdo da reportagem é fruto de um trabalho investigativo competente ou se deve ao curioso fato de que a IstoÉ é publicada pela Editora Três, que por sua vez também é controlada pelo banqueiro Daniel Dantas. Desde 2007, ele possui 51% das ações da editora”.

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