sexta-feira, 31 de julho de 2009
TVC-RIO NO LANÇAMENTO DO FILME "O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO"
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Pré-estréia do filme "O petróleo tem que ser nosso" promete emoção e magia
Tudo pronto para a estreia do documentário “O petróleo tem que ser nosso”, nesta quinta, 30, às 18h30, no Cine Odeon, na Cinelândia. A cartilha da campanha também será lançada em ato festivo e político, prometendo muita emoção para todos os que puderem participar. A entrada é gratuita. A Cinelândia tem sido palco, desde os primórdios da República, de grandes acontecimentos nacionais. Agitação, diversidade, comícios, confrontos.... Boa parte da história do Brasil foi escrita lá. A Campanha “O petróleo é nosso”, nas décadas de 1940-1950, começou na Cinelândia – centro nervoso do Rio de Janeiro e, na época, do Brasil. Na história recente, as principais manifestações do “Fora Collor”, marcando a volta dos estudantes como protagonistas no cenário político nacional, também aconteceram na Cinelândia. Cine Odeon Petrobras. O mais tradicional dos cinemas cariocas quase virou igreja. Foi salvo pela Petrobrás, para felicidade dos cinéfilos. Com capacidade para 600 pessoas e uma bela arquitetura, consegue manter viva a imagem de magia e encantamento dos antigos cinemas, que continua a seduzir as novas gerações. A memória da Campanha “O petróleo é nosso”, como um dos grandes momentos de mobilização nacional, em que a vontade do povo se impôs diante das artimanhas das elites, também estará presente, nesta quinta, 30 de julho, no Odeon. São memórias afetivas e de lutas que a roda da história anuncia. Todos à pré-estreia do filme e ao lançamento da cartilha da campanha, com muita energia, pipoca e guaraná! Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br)
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Próxima quarta-feira, dia 5/8 - 15h todos à rua pela 1ª CONFECOM
segunda-feira, 27 de julho de 2009
15h - QUARTA-FEIRA, DIA 29/7
A TVC-RIO FAZ ENQUETE PARA SABER O QUE A POPULAÇÃO PENSA DAS EMISSORAS DE RÁDIO E TV
18h - QUARTA-FEIRA, DIA 29/7
TODOS A GRANDE PLENÁRIA DAS ENTIDADES DO MOVIMENTO POPULAR PRÓ-CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃODia 29 de julho, quarta-feira, 18h, no Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, vamos dar início a convocação ampla do Debate Público do dia 5/8, 18h na Câmara Municipal. Na ocasião, serão distribuídos os ‘panfletos’ para a convocação do debate e organizadas as caravanas e panfletagens nas ruas;
sábado, 25 de julho de 2009
Milhares de hondurenhos se dirigem à fronteira apesar da repressão militar
Raimundo Lopez, enviado especial
Tegucigalpa, 25 jul (Prensa Latina)
Milhares de hondurenhos retomaram hoje a marcha para o posto limítrofe com Nicarágua das Manos, apesar da barreira das forças armadas e da polícia, confirmaram dirigentes da resistência popular. Um dos líderes das bases do Partido Liberal que se opõem ao golpe militar do 28 de junho passado, Carlos Eduardo Reina, exortou a buscar formas para eludir a vigilância das tropas golpistas. Reina assegurou a Rádio Balón que mantém uma cobertura ininterrupta da resistência, que o presidente, Manuel Zelaya, lhe ratificou telefonicamente que prosseguirá seus esforços por restabelecer o estado de direito. Nos arredores do supermercado Villas del Sol, na saída ao oriente da capital, centenas de pessoas prepararam-se para partir, com água, alimentos e outros recursos para as milhares de pessoas já em caminho. Testemunhas relataram telefonicamente a Prensa Latina que há 10 ônibus e uma quantidade não precisa de automóveis e camionetas onde se estavam embarcando os manifestantes para seguir para a fronteira. O líder da Confederação de Patronatos de Honduras, Marcos Antonio Garay, precisou a Rádio Balón que não se deixarão intimidar pelo toque de recolher para todo o dia decretado tarde ontem à noite pelo governo de fato no departamento Paraíso. Não reconhecemos nenhuma disposição desse grupo de golpistas que têm usurpado o poder, sublinhou Garay, que exortou aos simpatizantes de Zelaya a ocupar todos os municípios e patronatos (instâncias de bairros) do país. Acrescentou que buscarão a forma de superar as 18 barreiras colocadas pelas forças armadas e a polícia no caminho às Manos, 197 quilômetros ao leste de Tegucigalpa, até conseguir reunir com o presidente eleito pelo povo. Na comunidade de Arenales, próxima à cidade de Danlí, a 97 quilômetros da capital, os militares fecharam a passagem a dois mil manifestantes, informou o enviado especial de Prensa Latina, Ronnie Huete. Acrescentou que há versões de que a mãe, esposa e filha de Zelaya, Hortensia Rosales, Xiomara Castro e Hortensia, respectivamente, entraram na selva, sem maior proteção, para fugir do cerco militar. A jovem Hortensia, popularmente conhecida como La Pichu, afirmou ontem à noite que prosseguirão a luta pelo restabelecimento da ordem constitucional e seu direito a encontrar com seu pai. Relatórios difundidos por Rádio Balón asseguram que as forças armadas estão reforçando o numero de tropas próximo a Manos e mencionam a detenção do coronel do exército que ontem conversou com Zelaya nesse lugar.
Zelaya relató que en los involucrados en la asonada militar se encuentra una élite económica que la representan las diez familias que en Honduras se han apropiado de toda la riqueza nacional (...) "y tiene un brazo armado que no es el Ejército, sino la cúpula militar la que tenemos que condenar. Tiene (la élite) un brazo político que se han prestado al juego los dos candidatos presidenciales de los tradicionales partidos políticos", denunció el presidente hondureño.
El presidente legítimo y constitucional hondureño, Manuel Zelaya, llegó este sábado nuevamente a Las Manos, espacio fronterizo entre Nicaragua y Honduras , donde aseveró que se mantendrá en ese sitio juntos a los seguidores que le acompañan "hasta las últimas consecuencias", al tiempo que le pidió al pueblo de su país mucha "firmeza".
A su llegada al territorio que comparten Nicaragua y Honduras, denominado Las Manos, Manuel Zelaya manifestó que "estamos decididos a ir hasta las últimas consecuencias para defender la democracia y los derechos humanos".
Más adelante, anunció que permanecerá en el sitio por los próximos dos o tres días, y que instalarán tiendas de campaña para los manifestantes preparados con agua y alimentos para la vigilia que se impone desde su llegada este sábado.
"Hoy voy a hacer dos o tres gestiones: vamos a distribuir comida, alimento, establecer carpas, esperar a los compañeros que vienen por las montañas", relató Zelaya, quien agradeció la hospitalidad del vecino país así como a su presidente, Daniel Ortega.
"Sepan que la victoria es nuestra y está en nuestras manos", dijo el presidente legítimo de Honduras, al tiempo que agregó que los golpistas, presididos por Roberto Micheletti, "se equivocaron, y además que se equivocaron no tiene nombre lo que hicieron".
"Dios los condena, el mundo los ha condenado y el pueblo hondureño no los acepta, tienen que irse a pagar las penas de los golpes que le han dado al pueblo", condenó.
Luego, relató que en los involucrados en la asonada militar se encuentra una élite económica que la representan las diez familias que en Honduras se han apropiado de toda la riqueza nacional (...) "y tiene un brazo armado que no es el Ejército, sino la cúpula militar la que tenemos que condenar. Tiene (la élite) un brazo político que se han prestado al juego los dos candidatos presidenciales de los tradicionales partidos políticos", denunció el presidente hondureño.
En este sentido, precisó que de ahora en adelante se forjará la resistencia contra el golpe de Estado y una resistencia ideológica diferente a las demás para luchar por el pueblo, no vencernos jamás. Y esta lucha será imitada por otras generaciones, dijo Manuel Zelaya.
"Vamos detrás de los golpistas hasta amarrarlos y sacarlos de Honduras. Vamos por la democracia y la presidencia", aseveró el mandatario legítimo mientras los manifestantes presentes repetían a gritos junto a él: ¡Fuera Micheletti!.
Manuel Zelaya enfatizó su especial reconocimiento al "esfuerzo que cada uno de ustedes (los manifestantes que pernoctaron en El Paraíso) está haciendo por defender la democracia en Honduras. Es un derecho que nadie nos lo puede quitar, no se humilla ante nadie ni ante los fusiles o un dictador", agregó.
Bajo esta premisa, les dirigió que "tienen que sentirse fortalecidos, porque lo que están cosechando es una semilla que yo sembré, pero ustedes la están haciendo germinar. Están logrando con su fuerza establecer una nueva sociedad para que el futuro de nuestro hijos, de las nuevas generaciones tengan suficientes garantías para que nadie vuelva a pretender humillarlos. Los derechos del pueblo no se rinden ante nadie", aseveró el presidente electo por votación pular y cuyo mandato culmina en el 2010.
Además, Zelaya aseveró que "no vamos a permitir que nadie nos diga a los pueblos qué es lo que tenemos que hacer. Aquí han dicho que van a meter gente para provocar. Hoy vamos a poner aquí campamentos con agua, comida y vamos a estar hoy en la tarde, en la noche, mañana en la mañana esperando a los compatriotas que vienen y a mi familia", dijo.
"Ustedes están haciendo un esfuerzo, pero hay una compensación para ese esfuerzo: la Honduras de hoy es diferente a la de antes del golpe de Estado (del 28 de junio pasado) y de la cuarta urna (...) Le hemos dado un ejemplo al mundo que el pueblo sabe resistir la represión con dignidad, valentía y patriotismo", agregó el jefe de Estado centroamericano.
Rafael Alegría fue detenidoMinutos después de la llegada del presidente legítimo y constitucional de Honduras, se conoció la información de que el líder de Vía Campesina en el país centroamericano, Rafael Alegría, fue detenido cuando se encontraba en camino a El Paraíso (territorio hondureño), que hace frontera con Las Manos.La corresponsal de teleSUR en Honduras, Madeleine García, informó que en la línea fronteriza de Honduras se redobló la presencia militar y policial por la llegada de Manuel Zelaya. García reveló que a horas de la mañana el dirigente campesino se encontraba con la familia del presidente hondureño, a quienes les han imposibilitado su tránsito hasta encontrarse con Zelaya. La madre del presidente Zelaya, su esposa Xiomara de Zelaya; y los hijos del presidente constitucional pernoctaron cerca de la frontera creyendo que a tempranas horas de la mañana podrían dirigirse hacia El Paraíso, pero esto se impidió debido a la declaración del gobierno golpista de un toque de queda indeterminado. "Cuando avanzamos a Nicaragua percatamos que una patrulla salió y ahí estaba Rafael Alegría", relató la corresponsal de teleSUR. Tal como le ocurrió a Alegría, le ocurre a cientos de hondureños que tratan de llegar a la frontera para encontrarse con su presidente legítimo.
Greve geral no vigésimo sexto dia de resistência em Honduras
23 de julio de 2009, 11:23
Tegucigalpa, 23 jul (Prensa Latina)
Uma greve geral convocada pelas três centrais sindicais de Honduras caracterizará hoje o vigésimo sexto dia de resistência pacífica das forças populares ao golpe militar de junho passado. A greve tem como profundidade a fracassada mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que propôs a volta condicionada do estadista Manuel Zelaya, recusado pelos golpistas. Zelaya, que aceitou as condições do mandatário, disse que terminado o novo prazo pedido por Arias, ingressará no país por qualquer de suas fronteiras para encabeçar uma marcha da esperança junto ao povo. A greve foi deliberada na segunda-feira passada pelas confederações Unitária de Trabalhadores (FUTH), de Trabalhadores de Honduras (CTH) e pela Central Geral de Trabalhadores (CGT). O presidente da FUTH, Juan Barahona, informou que os sindicatos do setor público têm prevista a tomada de instituições e outras ações, que serão acompanhadas pelo povo nas ruas. Barahona alertou sobre tentativas da polícia de provocar um confronto com os manifestantes e responsabilizou-a de qualquer incidente. A paciência tem limites, disse, ao recordar o caráter pacífico dos protestos antigolpistas.O dirigente camponês Rafael Alegria também responsabilizou o governo de facto, encabeçado pelo empresário Roberto Micheletti, de qualquer incidente violento durante os dias de lutas populares.O clima de tensão no país incrementou-se pela negativa dos golpistas em aceitar uma solução negociada da crise, a prolongada resistência popular e a iminência do regresso de Zelaya. Durante a jornada de ontem, na capital e em outras cidades do país, milhares de manifestantes pronunciaram-se por recuperar o Estado de Direito, em marchas convocadas pela Frente Nacional contra o Golpe de Estado. Nos departamentos do norte Cortês e Colón, os opositores bloquearam também importantes estradas.As bases do Partido Liberal, membros da Frente, convocaram a dar um recebimento em massa para Zelaya, assim que seja anunciado o lugar de sua entrada no país.O estadista adiantou ontem à noite à cadeia de televisão Telesur que se aproximará hoje por três municípios da Nicarágua que fazem fronteira com Honduras. A ideia é entrar, sublinhou.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Zelay reorganiza suas forças para voltar a Honduras
TVC-RIO TRANSMITE RETORNO DO PRESIDENTE DE HONDURAS A SEU PAÍS
TVC-RIO FAZ ENQUETE PARA SABER O QUE A POPULAÇÃO PENSA DAS EMISSORAS DE RÁDIO E TV
TODOS A GRANDE PLENÁRIA DAS ENTIDADES DO MOVIMENTO POPULAR PRÓ-CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO
Dia 29 de julho, quarta-feira, 18h, no Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, vamos dar início a convocação ampla do Debate Público do dia 5/8, 18h na Câmara Municipal. Na ocasião, serão distribuídos os ‘panfletos’ para a convocação do debate e organizadas as caravanas e panfletagens nas ruas;
quinta-feira, 23 de julho de 2009
TODOS À CÂMARA MUNICIPAL DO RIO PARA O "DEBATE PÚBLICO" SOBRE A 1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE COMUNICAÇÃO - 5/8/09, quarta-feira -18h
sábado, 18 de julho de 2009
Quem financia seu programa de televisão favorito?
Fazer-se a idéia de que existem controles, censura e monopólio dos meios de comunicação e que esses meios ofuscam a verdade de forma habitual pode parecer conspiranóico para uma pessoa do mundo ocidental. Porém, como demonstrei na primeira parte do artigo
<http://www.danielestulin.com//?op=noticias¬icias=ver&id=49&idioma=>, cada um dos grupos dos principais Meios de Comunicação Corporativos está inter-relacionado com seus supostos rivais.
Por exemplo, falaremos da “Corporação da Difusão Pública”, (PBS pelas suas iniciais em inglês). “PBS”, é uma das instituições públicas dos Estados Unidos das mais conhecidas e das mais queridas. Segundo sua página web, PBS, é uma empresa de meios de comunicação sem fins de lucro cujos proprietários são os 348 canais nacionais públicos de televisão. Um recurso de comunidade de prestígio e confiança, a PBS usa o poder da televisão sem fins de lucro, a Internet e outros meios de comunicação para enriquecer a vidas de todos os americanos através de programas de qualidade, e seus serviços educativos que informam, inspiram e satisfazem. Noventa e nove por cento dos lares americanos com televisão e com um número crescente de lares com meios digitais acessam a PBS, atingindo quase 90 milhões de pessoas a cada semana.”
A pedra angular da programação da PBS é o famosíssimo programa de notícias, “NewsHour com Jim Lehrer”. Jim Lehrer, ao longo de sua ilustre carreira tem ganhado todos os prêmios imagináveis do jornalismo. Até aqui, tudo bem. Jim Lehrer, porém, é membro do “Conselho de Relações Exteriores” (CFR) dirigindo desde a sombra a política exterior estadunidense. Ao longo da história da PBS, algumas das seguintes empresas forneceram o financiamento da mesma: “AT&T”, uma das maiores empresas de comunicação do país (além de ser uma empresa CFR); “Archer Daniels Midland”, cujo “Presidente Dwayne Andreas” era membro da “Comissão Trilateral”; “PepsiCo” (uma empresa CFR) cuja Conselheira Delegada, “Indra Krishnamurthy Nooyi”, é membro do “Clube Bilderberger” e membro do Comitê Executivo da Comissão Trilateral. A “Smith Barney”, é outra das suas instituições financeiras mundiais.
Paradoxalmente, acontece que Smith Barney também pertence a CFR. Ademais, Smith Barney está ligado a “Citigroup”, uma empresa de serviços mundiais financeiros e, membro vitalício do Clube Bilderberg, CFR e da Comissão Trilateral.
Os jornalistas que colaboram com o NewsHour com Jim Lehrer são alguns dos maiores líderes de opinião da política internacional nos Estados Unidos, como “Paul Gigot, David Gergen, William Kristol” e “William Safire”. Todos eles pertencem ao Clube Bilderberg, CFR ou à Comissão Trilateral.
Será razoável suspeitar então que o PBS, talvez, não poderia ser suficientemente imparcial em certos assuntos delicados de interesse público como a crise constitucional estadunidense, o futuro de estados-nações e soberania nacional, os três aspectos chave da política do CFR, Bilderberg e da Comissão Trilateral?
Pessoas públicas como “Richard Perle, William Kristol, Zbigniew Brzezinski, Henry Kissinger, David Rockefeller” e “Bill” “Clinton” entre outros globalistas americanos que publicamente têm expressado seu desejo de mudar de forma drástica a constituição do país e o conceito de estado-nação por ser “inadequado”. Segundo Brzezinski, um dos mais sábios pensadores da política exterior americana, “a fantasia da soberania…claramente não é mais compatível com a realidade.” Opa! Por que? “Porque a constituição americana é o único documento no mundo que LIMITA o poder do governo”.
Outro exemplo? Vocês sabiam que 10 das 12 maiores e mais poderosas Fundações dos Estados Unidos estão controladas por pessoas diretamente associadas à “família Rockefeller”? Por exemplo, a “Fundação Ford”, uma das mais renomadas a nível mundial. Segundo a página web da Fundação Ford, seus objetivos são “reforçar valores democráticos, reduzir a pobreza e a injustiça, promover a cooperação internacional e conseguir o objetivo humano.” Que bonitinho!
Em lugar algum da sua página web ou em qualquer um de seus relatórios ou declarações públicas, “a Fundação Ford ressalta a sua relação simbiótica com a CIA”, uma relação que perdura há mais de 50 anos. Tampouco a relação CIA-Ford se menciona em qualquer dos mais de 3,000 meios de comunicação alternativos e “independentes” de esquerda como a revista “The Nation, Fair, Z Mag, Democracy Now, Mother Jones, Alternative Radio ou Pacifica”. Alguns desses meios contam com milhões de ouvintes e leitores, todos de esquerda, todos muito fiéis a seus princípios, todos muito ativos no panorama político do país.
Uma das pessoas chave na relação da CIA com a Fundação Ford tem sido “John McCloy”. McCloy é o exemplo perfeito dos interesses interligados do complexo militar-industrial-financeiro. Ele era o Presidente do “Banco Mundial, o Presidente do Chase Manhattan Bank, Presidente da Fundação Ford, um fideicomissário da Fundação Rockefeller, Presidente do Conselho de Relações Exteriores, membro do Clube Bilderberg e da Comissão Trilateral.
Em seu livro A GUERRA FRIA CULTURAL, Frances Stoner Saunders explica a colaboração da Fundação Ford com a CIA.
“McCloy tinha uma opinião pragmática do interesse inevitável da CIA com a Fundação Ford quando ele assumiu a presidência. Quando ele considerou as preocupações de alguns executivos da fundação, que sentiram que a reputação da Fundação quanto a sua integridade e independência estava sendo minada por essa relação com a CIA, McCloy argumentou que se eles se negaram a cooperar, a CIA simplesmente penetraria na fundação silenciosamente recrutando ou colocando pessoal de confiança em níveis inferiores. A resposta de McCloy a esse problema era criar uma unidade administrativa dentro da Fundação Ford expressamente para tratar assuntos com a CIA.”
Liderado por McCloy e dois oficiais da fundação, a CIA tinha que consultar a este petit comitê de três homens sempre que a Agência quisesse usar a fundação, para esconder suas operações segredas.
A CIA estava convencida de que a utilização de autênticas fundações filantrópicas como a Ford, “Rockefeller Fundo Familiar, a Fundação MacArthur, a Fundação Schumann e a Fundação Carnegie” era o modo mais plausível de passar grandes quantidades do dinheiro a projetos da Agência sem alertar suas fontes. (/”veja diagrama seção GALERIA, p2, Left Gatekeeper que demonstra os vínculos entre Fundações e os meios alternativos”/)
Um estudo da CIA em 1966 argumentou que essa técnica era “especialmente eficaz para organizações democraticamente controladas, que têm que assegurar a seus próprios membros e colaboradores, assim como a seus críticos hostis, que seus fundos e doações provêm de fontes genuínas, respeitáveis, privadas.”
Em 1968, “Richard Bissell”, um dos ex-diretivos da Fundação Ford e, naquele momento chefe da CIA, expressou: “Para que a agência seja eficaz, teria que aproveitar-se de instituições privadas de uma forma muito mais ampla.”
Os membros das fundações mais importantes, por sua vez, estão interligados com principais organizações multinacionais – um e outro fazem parte dos conselhos de administração. Por exemplo, no Conselho da Fundação Ford está “Afsaneh M. Beschloss”, a antiga oficial de investimento do Banco Mundial e o “Presidente de Carlyle Asset Management Group”, uma divisão do Grupo Carlyle, uma das 12 empresas de armamento mais importantes do mundo; o outro é “Paul A. Allaire”, presidente da Corporação Xerox. “Xerox” resulta ser uma das corporações implicadas nos escândalos contáveis dos anos 90.
Poderemos confiar em meios de comunicação cujo financiamento vêm da Fundação Ford, Fundação Rockefeller, Fundação Carnegie para chamar a atenção aos excessos dos executivos que ocupam cadeiras de conselheiros dentro dessas mesmas empresas?
Poderemos confiar em que os meios de comunicação levantam a voz para denunciar a avareza desgarrada para examinar os aspectos más profundos dos escândalos corporativos que parecem indicar uma transferência deliberada de riqueza aos ultra- ricos? Os meios de comunicação cujos conselheiros são membros do “Chase Manhattan Bank” ou “Citibank” estariam dispostos a falar de como as maiores entidades bancárias lucram da venda da droga? E como lucram? As empresas podem ter enormes quantidades de dinheiro tomando dinheiro ilegal emprestado dos narcotraficantes e narco-nações a juros baixos e lavando o dinheiro. Quando 100.000 milhões de dólares de dinheiro sujo se empresta a 5% de juros a uma grande corporação, o dinheiro vira legal e efetivo.
Resulta muito difícil imaginar que Fideicomissários da Fundação Ford gostariam de financiar pesquisadores alternativos e jornalistas dispostos a atrair o mergulho crítico ao fato alarmante de que a elite dos EEUU tem tido uma relação histórica muito próxima ao fascismo, ao eugenismo, o genocídio, a limpeza étnica e a indústria de guerra biológica.
Os cidadãos só podem decidir sobre qualquer questão maior ou menor, se vivemos num ambiente de informação sem restrição, oferecendo o leque mais amplo de alternativas intelectuais. Em uma sociedade utópica, os políticos podem ser julgados e as tiranias impedidas se abusos de poder fossem informados a toda a população.
A justificativa principal de um jornalismo livre, com todas as suas imperfeições expostas. É justamente a razão do por que os ditadores, oligarcas, comissões, imperadores, reis e tiranos ao longo da história têm procurado censurar o debate e sufocar a disseminação de opinião e informação livre.
A placa 79 dos Desastres da Guerra de “Francisco de Goya” mostra a donzela Liberdade deitada, com o peito descoberto. Umas figuras fantasmais brincam com o cadáver enquanto uns monges cavam sua tumba. A verdade morreu. Morreu a verdade. Como soa essa perspectiva? Não depende de Deus nos livrar da tirania. Depende de nós. Temos que fazer as ações necessárias. Homem precavido vale por dois. Nunca encontraremos as respostas adequadas se não formos capazes de formular as perguntas apropriadas.
Daniel Estulin 10/01/2007
(texto original em espanhol: http://www.danielestulin.com/?op=noticias¬icias=ver&id=86&idioma=)
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Ciência e Tecnologia da Prefeitura do Rio participa de reunião com entidades sobre a Conferência Municipal de Comunicação
O Movimento Popular Pró-Conferência de Comunicação, que congrega centenas de entidades da sociedade civil do Estado do Rio de Janeiro - da qual faz parte a TV Comunitária do Rio (TVC-Rio) - realizou mais uma reunião, ontem, dia 15/7, 18h, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Av. Presidente Vargas 502/14ºandar). O Movimento prepara uma Plenária para o dia 29 de julho quando dará partida na convocação do 'Debate Público' sobre a Conferência Nacional de Comunicação a ser realizado no dia 5 de agosto, quarta-feira, 18h, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
TVC-Rio mostra manifestação contra o golpe militar em Honduras
quinta-feira, 2 de julho de 2009
TVC-Rio mostra o debate sobre a 1ª Conferência Nacional de Comunicação
Depoimento de Beto Almeida, presidente da TV Cidade Livre DF
Carta de Brasília II
O II Fórum Nacional de TVs Públicas, ancorado pela Carta de Brasília (2007), afirma seu compromisso com o processo de democratização da comunicação social brasileira. Visando a conquista de um campo público de televisão editorialmente independente, que estimule a formação crítica do indivíduo para o exercício da cidadania e da democracia, o II Fórum apresenta uma série de propostas e reivindicações. Essas deliberações têm, principalmente, o objetivo de estabelecer alianças e compromissos com os cidadãos brasileiros, razão de sua existência. Organizado pelas entidades do campo público de televisão, o II Fórum contou com a participação de representantes do Governo Federal, do Parlamento e da sociedade civil. A partir das contribuições aos temas em debate, dadas presencialmente ou enviadas por Internet, o II Fórum Nacional de TVs Públicas chegou aos seguintes consensos:
REGULAMENTAÇÃO
O II Fórum Nacional de TVs Públicas entende que toda radiodifusão de sons e imagens é um serviço público e, portanto, depende de concessão outorgada somente pelo Estado.O artigo 223, ao mencionar que existe um sistema público, um estatal e um privado está estabelecendo três categorias diferentes não estanques, não antagônicas, mas três categorias diferentes que têm de ser distinguidas por algum critério; atuar de forma complementar é a prescrição da Constituição. Ao contribuir para a regulamentação dos artigos constitucionais referentes a essa matéria, o II Fórum interpreta que há um sistema de radiodifusão privado, com fins lucrativos e que deve, como os demais sistemas, obedecer aos princípios do artigo 221 de modo preferencial.Entende que há um sistema de radiodifusão público, que é estatal, não tem fins lucrativos e obedece, com exclusividade e não preferencialmente, aos princípios do artigo 221 e da lei 11652. Sua programação está voltada à divulgação e transparência dos atos institucionais e à prestação de contas da administração pública em suas três esferas de poder: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O II Fórum entende ainda que há um sistema de radiodifusão público não-estatal que opera sem intenção de lucro, que deve obediência exclusiva aos princípios do artigo 221, que deve observar os princípios e objetivos contidos na Lei 11.652, que já vigoram para regular o sistema público de comunicação em âmbito nacional. A diferença fundamental entre os dois sistemas é que, no sistema de radiodifusão público não-estatal, as diretrizes de gestão da programação e a fiscalização devem ser atribuição de órgão colegiado deliberativo, representativo da sociedade, no qual o Estado ou o governo não devem ter maioria.Em função dessa conceituação, o II Fórum Nacional de TVs Públicas deliberou pela:1) alteração imediata, por medida provisória dada sua relevância e urgência, do artigo 13 parágrafo único do Decreto Lei 236 de 28 de fevereiro de 1967;2) edição simultânea de uma portaria interministerial, definindo os objetivos e princípios da radiodifusão pública, exploradas por entidades públicas ou privadas, que não o poder executivo federal ou de entidades de sua administração indireta.
FINANCIAMENTO
O II Fórum Nacional de TVs Públicas, por entender que o modelo de financiamento do campo público de televisão impacta diretamente a consecução de seus objetivos e missão, diante do desafio de construir uma televisão pública autônoma e independente afirma os seguintes compromissos:- a não exibição de publicidade de produto ou serviço em todas e qualquer uma das emissoras públicas estatais e não-estatais;.- a criação de modelos de financiamento estáveis e integrados para todo o campo público de televisão;- promover mecanismos entre produtoras independentes, TVs Públicas, Ministério da Cultura e Agencia Nacional de Cinema (Ancine) visando a criação de modelos de negócios que utilizem instrumentos de fomento para a produção independente em TV. O II Fórum reconhece que o modelo de financiamento da EBC é uma referência importante para as TVs Públicas quanto às possibilidades de diversificação de suas fontes de financiamento. E reivindica:- participação de todas as emissoras que compõem o campo público de televisão nos recursos provenientes da Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública;- repasse de um percentual de publicidade pública institucional do Governo Federal às emissoras que compõem a Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCOM).
MIGRAÇÃO DOS CANAIS PÚBLICOS DO CABO PARA REDES DIGITAIS ABERTAS
O II Fórum Nacional de TVs Públicas afirma o direito das TVs Comunitárias e Universitárias ao espaço aberto de transmissão no processo de migração dos canais públicos do cabo para redes digitais e reivindica:- que o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T), incorpore os canais comunitários e universitários como players devidamente identificados no texto da Lei, disciplinando sua operação nos mesmos moldes previstos na Lei do Cabo;- que se garanta o acesso das TVs Comunitárias e das TVs Universitárias ao espectro da TV Digital Aberta Terrestre, com possibilidade de utilização de todas as funcionalidades da tecnologia: interatividade, multiprogramação, mobilidade e multiserviço.- que as TVs Comunitárias tenham assegurada sua participação no novo Canal da Cidadania, como determinado no Decreto 5.820;- que seja incluído um inciso adicional no artigo 3º do Projeto de Lei 27... prevendo o Canal da Universidade, com gestão conjunta, autônoma e isonômica por instituições de ensino superior, autorizadas a funcionar pelo Ministério da Educação, as quais responsabilizar-se-ão por transmitir programação decorrente das produções realizadas por discentes, docentes e colaboradores das referidas instituições de ensino.
OPERADOR ÚNICO DE REDE E MULTIPROGRAMAÇÃO
O II Fórum Nacional de TVs Públicas diante da discussão sobre a infra-estrutura técnica do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) reivindica:- um operador de rede pública único que congregue todas as emissoras de televisão do campo público de entidades públicas e privadas; - que todas as emissoras do campo público de televisão tenham assegurado o direito à multiprogramacão e à interatividade para a ampliação da transmissão e recepção de conteúdos que venham, de fato, a colaborar para a construção da cidadania no Brasil.
PROGRAMAÇÃO DE TV PÚBLICA
O II Fórum Nacional de TVs Públicas reivindica:- Formação e qualificação técnica e em gestão dos profissionais de comunicação e telecomunicação do campo público de televisão;- Fomento à estruturação de grupos de trabalho permanente, com formato de laboratório e participação de todas as vertentes do campo público de televisão, para a realização de pesquisa e desenvolvimento em inovação de linguagem, em conteúdos para convergência digital, criação de novos formatos de programação elaborados a partir das possibilidades interativas do público com a TV digital, multiprogramação, acessibilidade e usabilidade do controle remoto usado como miniteclado;- Fomento à produção independente, através da construção compartilhada com produtoras independentes, TVs Públicas, Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, e Agencia Nacional de Cinema (Ancine) de editais públicos específicos que considerem a vocação do campo público de televisão;- Fomento à produção cidadã, de conteúdos realizados diretamente pela sociedade, mediante a incorporação de modelos de produção audiovisual baseados na cultura colaborativa, compartilhada e participativa. Fortalecimento e abertura de espaços para a veiculação dessas produções nas TVs do campo público, além da implementação de políticas de estímulo e fomento a esses modelos de produção, nos moldes do item anterior;- realização de inventário, digitalização e disponibilização de acervos locais existentes;O II Fórum também afirma seu compromisso com:- a construção de modelos de grade de rede do campo público de televisão diferenciado do sistema comercial, que sejam flexíveis e que contemplem e valorizem, efetivamente, os conteúdos regionais;- a realização de estudo específico para a regulamentação da distribuição e do licenciamento de programas e produtos da TV Pública, no novo contexto tecnológico.Por fim, o II Fórum reafirma que o Cinema Brasileiro é um parceiro estratégico para a realização da missão do campo público de televisão e manifesta a importância de se celebrar um acordo colaborativo, por meio de bases sólidas, entre a TV Pública e o Cinema Nacional.
INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA
O II Fórum Nacional de TVs Públicas deliberou a criação de um instituto autônomo e independente, para estudo e pesquisa da comunicação pública brasileira. E afirma que esse instituto:- coordenará o levantamento do conhecimento e experimentações produzidas pelas TVs Públicas, universidades e instituições de pesquisa;- funcionará como um ambiente de discussão permanente para a repercussão e continuidade das reflexões que buscam configurar o campo público brasileiro de televisão;- abrigará laboratórios, desenhados para refletir, pesquisar, avaliar e inovar sobre as questões centrais na construção dos modelos de comunicação desejados pelo campo público de televisão;- estabelecerá parcerias com universidades e instituições de ensino, pesquisa e produção, nacionais e internacionais.- trabalhará como agente crítico dos caminhos propostos para o campo público de televisão;- atuará no desenvolvimento de novas metodologias de análise de aferição de performance e qualidade que atendam aos princípios e objetivos para o qual a TV Pública foi criada;- colaborará no desenvolvimento de informações e ferramentas para a prestação de contas junto à sociedade e seus patrocinadores.A criação de um instituto de comunicação pública brasileira representa um importante suporte para que a TV Pública ponha-se à mostra, com consciência, sem medo de ousar. Assim, o II Fórum encarece, desde já, o apoio do Governo Federal e do Parlamento para a implementação desse instituto.Os avanços propostos pelo II Fórum Nacional de TVs Públicas revelam que o processo de construção do campo publico de televisão e de sua identidade, especialmente no contexto da tecnologia digital, é uma oportunidade histórica determinante para despertar na sociedade o sentimento de pertencimento dessa TV pelo público e do público por essa TV.
Brasília, Maio de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Fundação Ford pensa que engana
Pregando a “livre circulação de informação” para os monopólios de mídia, a Fundação Ford tenta se imiscuir na Conferência Nacional de Comunicação, que acontecerá nos dias 1, 2 e 3 de dezembro em Brasília, inclusive ofertando recursos para a Comissão Pró-Conferência. O que a Fundação Ford pretende, mostra o jornalista Mário Jakobskind no artigo abaixo, é um novo ‘marco regulatório’ para a área midiática, sem as restrições, constantes da lei atual, à entrada dos mastodontes externos do setor
MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND*
A Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), marcada para os dias 1, 2 e 3 de dezembro, em Brasília, está sob ameaça. Em vez de se tornar um marco histórico na área midiática, como ainda esperam os movimentos sociais, poderá se transformar numa arena dominada por forças que defendem interesses econômicos poderosos. De um lado os grandes proprietários de veículos de comunicação agrupados na Associação Nacional de Jornais (ANJ) e na Associação Brasileira de Empresas de Rádio e TV, do outro a Fundação Ford (FF), que dissimulada procura de todas as formas estar presente inclusive ofertando verba para a Comissão Pro-Conferência, integrada por diversas entidades que vinham já há tempos conclamando pela realização do evento. Pior, dinheiro aceito de bom grado, mas não por unanimidade como em outras questões, por entidades representativas dos movimentos sociais.
E como se deu o avanço da FF na Confecom? Quando o governo federal decidiu reduzir em sete milhões o orçamento da Conferencia, a FF não perdeu tempo e ofereceu “generosamente”, por enquanto, 68 mil reais para a comissão organizadora.
Nos bastidores, grupos e representantes de ONGs vinham defendendo e justificando a “generosidade” da FF em financiamentos de entidades. Até mesmo alguns veteranos destacados militantes na área de comunicação vinham considerando a FF como uma espécie de “nova entidade”, ou seja, diferente da que atuava no período da Guerra Fria. Como num passe de mágica, representantes de entidades financiadas pela Fundação a apresentavam como se ela nada tivesse a ver com o passado recente em que atuava em conjunto com a CIA, conforme comprova investigação do Congresso estadunidense.
Os mais radicais ingênuos defensores da FF chegaram a afirmar que ela só manteve o nome antigo porque a mudança seria problemática e poderia até obrigá-la a sair do zero, o que acarretaria um atraso em suas atividades.
Como se isso não bastasse, entusiastas da “generosidade da nova Ford” garantem que ao financiar algumas entidades, a FF não exige nenhuma contrapartida, a não ser a prestação de contas dos gastos para os quais o dinheiro foi liberado. Tal afirmação não resiste a uma leitura mais apurada.
Neste momento, o interesse da FF na Confecom, ao contrário do que dizem os defensores da Fundação, tem um objetivo institucional pré-determinado, qual seja o de promover os valores dos Estados Unidos através da “livre circulação da informação”. A FF se coloca como defensora incondicional dos “valores democráticos” e, como afirma em sua página na Internet, tem por objetivo “levar a democracia ao mundo”, algo muito parecido com a filosofia colonialista do Ocidente no século XIX que dizia que tinha como missão “levar a civilização aos povos tribais africanos”.
E com essa filosofia, no caso específico da Confecom, a FF pretende que em um novo marco regulatório da área midiática seja permitida a entrada sem restrições dos gigantes internacionais do setor. Democracia para a FF é isso. A FF, que nunca em sua história deixou de pregar prego sem estopa, tenta assim possibilitar liberdade total para que empresários como Rupert Murdoch com a sua Fox News e outros barões internacionais da mídia, como Rupert Murdoch, tenham garantida por lei a atuação sem limites no Brasil. Mas essa filosofia precisar ficar dissimulada, pois se mostrasse o verdadeiro objetivo a Fundação não conseguiria arregimentar defensores. Como em outros tempos a FF estava com a imagem queimada, para se tornar mais palatável decidiu adotar outro tipo de estratégia, aproximando-se inclusive de entidades e ONGs com discursos progressistas. Nesse sentido, ela encontrou um caldo de cultura bastante fértil numa certa esquerda fascinada pelo neoliberalismo.
No caso da Conferência Nacional de Comunicação, embora possa não ser percebido por muitos militantes bem intencionados, o pano de fundo da FF é mesmo a redução do Estado e facilidades para a “livre concorrência” dos gigantes oligopólios internacionais. Se conseguirem, no panorama midiático do Brasil ficará ainda mais forte o esquema do pensamento único. E o País remará contra a corrente na América Latina, onde em outros países o Estado tem sido o principal propulsor do fortalecimento da mídia pública.
Por estas e muitas outras, é preciso que por aqui os movimentos sociais rediscutam a questão e se mobilizem intensamente no sentido de evitar que os barões midiáticos nacionais e internacionais se tornem os proprietários eternos dos espaços midiáticos. E afastar os tentáculos da Fundação Ford, até porque não tem sentido uma conferência que discutirá e deliberará sobre a mídia no Brasil tenha verbas de entidades estrangeiras. O Poder Público não pode se ausentar e diminuir o orçamento destinado à Confecom.
Mário Augusto Jakobskind é jornalista e escritor. Foi colaborador dos jornais alternativos Pasquim e Versus, repórter da Folha de S. Paulo (1975 a 1981) e correspondente da Rádio Centenária de Montevideo, além de editor de Internacional da Tribuna da Imprensa (1989 a 2004) e editor em português da revista cubana Prisma (1988 a 1989). Atualmente é correspondente do semanário uruguaio Brecha e membro do conselho editorial do Brasil de Fato. É autor, entre outros, dos livrosAmérica Que Não Está na Mídia (Adia, 2006), Dossiê Tim Lopes - Fantástico/Ibope(Europa, 2004), A Hora do Terceiro Mundo (Achiamê, 1982), América Latina - Histórias de Dominação e Libertação (Papirus, 1985) e Cuba - apesar do bloqueio, um repórter carioca em Cuba (Ato Editorial, 1986).
Um amigo que “nos quer” bem. Por que a Fundação Ford subvenciona a oposição
PAUL LABARIQUE*
“O ‘soft power’ é a capacidade de obter o que se quer seduzindo e persuadindo aos demais para que adotem nossos objetivos. Se diferencia do ‘hard power’, que é a capacidade de utilizar as cenouras e os garrotes da potência econômica e militar para que os demais se submetam à nossa vontade”. Joseph S, Nye Jr., International Herald Tribune, 10 de janeiro de 2003.
Ao sair parcialmente à luz as relações entre a Fundação Ford e a CIA durante o escândalo ligado ao financiamento do Congresso pela Liberdade da Cultura, a Ford se viu obrigada, nos anos 80, a mudar de estratégia.
Se durante a guerra fria servia de cobertura à CIA, a Ford se orientou durante os últimos 20 anos para o exercício do soft power.
A EQUIPE
Se durante a guerra fria os quadros da Ford e os da CIA eram intercambiáveis, os administradores e diretores da Fundação se recrutam hoje nos meios chamados “liberais de esquerda” que esperam difundir o modelo da “democracia de mercado”. Claro, estes “liberais” não são defensores da liberdade, mas da desregulamentação e a democracia não se baseia no mercado. Porém, se tais conceitos não fossem ambíguos não seria necessário tanto dinheiro para promovê-los.
A presidente da Fundação é Susan Berresford, membro do comitê executivo do Chase Manhattan Bank. Ela ocupa também um posto no comitê norte-americano da Comissão Trilateral de David Rockefeller, junto a Zbigniew Brzezinski e Madeleine Albright. Também é membro do Council on Foreign Relations (CFR), que recebeu uma doação de 100.000 dólares “para o desenvolvimento de uma Council Task Force sobre o terrorismo”.
O CFR elabora sínteses de consenso no seio da alta sociedade de Washington que se impõem depois como política exterior dos Estados Unidos. Assim, em setembro de 2002 se podia ver no site do CFR uma publicidade sobre um “novo livro do Council” na qual se podia ler: “a invasão é a única opção realista para desfazer-se da ameaça iraquiana - afirma Kenneth Pollack no livro The Threatening Storm”.
O Conselho de Administração da Fundação inclui dois ex-presidentes da Xerox, o presidente da ALCOA, um vice-presidente executivo da Coca Cola, o presidente da Levi-Strauss & Co., o presidente da Reuters Holdings, um sócio principal da firma de lobby Akin, Gump, Straus, Hauser & Feld e o presidente do Vassar College.
Outras firmas estiveram representadas nessa instância entre finais dos anos 1990 e os anos 2000: Time Warner, Chase Manhattan Bank, Ryder Systems, CBS, AT&T, Adolph Coors Company, Dayton-Hudson, o Bank of England, J. P. Morgan, Marine Midland Bank, Southern California Edison, KRCX Radio, The Central Gas & Corp. DuPont, Citicorp e a New York Stock Exchange [a Bolsa de Nova Iorque]. Deval Laurdine Patrick, vice-presidente da Texaco Inc., era ainda membro faz pouco tempo e os amigos de George W. Bush têm vários lugares reservados.
Afsaneh Mashayethi Beschloss, ex-dirigente do Banco Mundial e uma das principais conselheiras do Carlyle Group para assuntos de investimentos, também ocupa um posto no Conselho de Administração. Ela é a esposa de Michael Beschloss, o historiador presidencial do mandato de George W. Bush.
O Conselho de sócios do comitê para a educação, meios de difusão, arte e cultura da Fundação Ford incluía, em fins dos anos 90, o presidente do Vassar College, o presidente da Reuters Holdings PLC, o ex-presidente e diretor geral da Xerox e Vernon Jordan, muito próximo ao ex-presidente norte-americano Bill Clinton. A vice-presidente para meios de difusão da Fundação Ford é Alison Bernstein.
A DIPLOMACIA PRÓ-AMERICANA
A luta atual da Fundação Ford não tem já nada a ver com o perigo comunista. Agora se trata de formar os futuros dirigentes do mundo inteiro para fazê-los compatíveis com o pensamento econômico dos Estados Unidos e garantir que os que se oponham à hegemonia norte-americana não levem sua retórica além dos simples epítetos de campanha eleitoral. A Ford mantém, por outro lado, seu apoio aos movimentos que se oponham aos regimes inimigos.
A Fundação Ford financia dessa maneira a Organização de Povos e Nações Não Representados (UNPO), que conta entre seus membros com os karen da Birmânia, os índios lakotas e outras etnias, como os twas de Ruanda, os tártaros da Criméia, os abkhazios, os aborígenes da Austrália, os circassianos, os ogonis da Nigéria, os tibetanos, os chechenos, especificamente os partidários do presidente Doudaev (cf. Alain Frilet, “Les peuples en mal d’État ont rendez-vous à La Haye», Libération, 21/01/1995).
A Fundação Ford subvenciona também a National Endowment for Democracy (NED). Em 1997, as duas organizações financiaram juntas a publicação de um manual sobre os direitos da mulher nas sociedades islâmicas intitulado Claiming our rights. A obra foi redigida por um grupo de mulheres muçulmanas reunidas por iniciativa da senhora Mahnaz Afkhani, ex-ministro do xá do Irã, que reside em Washington. Foi traduzido para línguas como o árabe, o bengali, o malaio, o persa, o farsi e usbeque, com vistas a sua difusão em Bangla Desh, Jordânia, Líbano, Malásia e Usbequistão (cf. Michel Faure, “Manuel de droit pour musulmanes”, L’Express, 16/01/1997).
Este último país é uma peça importante no dominó da região do mar Cáspio, onde o petróleo é centro de lutas de influência entre Moscou e Washington. Da mesma maneira, a Ford apoia os independentistas chechenos, assim como a Casa dos Direitos Humanos de Moscou, junto com a Fundação Heinrich Boll (cf. “A Moscou, la maison des droits de l’homme travaille dans le dénuement”, Le Temps, 02/05/1998).
A IMPRENSA
É no setor dos meios de difusão que a estratégia da Ford se faz mais evidente. Depois de haver apoiado massivamente, nos anos 50 e 60, vários periódicos provenientes da esquerda anticomunista, a Fundação Ford financia sobretudo, desde os anos 80, diários alternativos críticos. Se vê claramente aqui a similitude entre a Fundação Ford e o Open Society Institute de George Soros.
Este último concedeu em 1999 uma subvenção de 50.000 dólares para o Nation Institute “apoiar projetos tendentes a melhorar a qualidade e a difusão da Rádio Nation, das informações semanais da rádio pública, dos programas e comentários”. O conselheiro político pessoal de Soros, Hamilton Fish III, é um dirigente de primeiro nível do Nation Institute, que pertence ao mesmo grupo do semanário The Nation.
Também financiou o Citizens for Independent Public Broadcasting Group, o Fund for Investigative Journalism, a publicação American Prospect, o Center for Defense Information, assim como o Public Media Center de San Francisco (cf. Bob Feldman, “George Soros Parallel Anti-War Media/Movement”, QuestionsQuestions, 27/12/2002).
Suas propostas de financiamento para o grupo alternativo Indymedia suscitaram violentos debates nos fóruns desta agência de imprensa cooperativa.
O financiamento que oferece George Soros a estas estruturas não é desinteressado. Seus vínculos com uma parte do establishment norte-americano fazem pensar, ao contrário, que trata-se de infiltrar esses viveiros do pensamento crítico para submetê-los.
A guerra da informação é, com efeito, a chave do controle político nos Estados Unidos. Como escreve Herbert I. Schiller, “o princípio da ‘livre circulação da informação’ - vital para a exportação dos produtos culturais norte-americanos - foi inventado para conferir às exigências dos industriais o estatuto de virtude universal. É preciso recordar que John Foster Dulles, sem dúvida o secretário de Estado mais agressivo dos anos de pós-guerra, via nela o elemento central da política exterior dos Estados Unidos. Inclusive, desde antes do fim das hostilidades, o Pentágono pôs aviões militares à disposição dos editores e das ‘grandes firmas’ da imprensa norte-americana para que fossem predicar entre os dirigentes de onze países aliados e neutros as virtudes de uma imprensa livre - ou seja, em mãos privadas - e do livre intercâmbio em matéria de informação”.
Essa doutrina corresponde à seguinte declaração de William Benton, secretario de Estado em 1946: “A liberdade de imprensa - e do intercâmbio de informação em geral - é parte integrante de nossa política exterior”. Em outros termos, não se trata de favorecer a liberdade de expressão, mas de um sistema de competição dentro da imprensa que permita a um ator externo obter dentro dele uma posição privilegiada.
A Fundação Ford segue a mesma lógica. Uma extensa investigação de Bob Feldman revela que a Fundação financiou a organização de numerosos meios alternativos norte-americanos como FAIR, a publicação Progressive y Pacifica, que difunde Democracy Now, mas também IPA, Mother Jones y Alternet (cf. “‘Alternative’ media paymasters: Carlyle, Alcoa, Xerox, Coca Cola...?” QuestionsQuestions, 01/10/2002).
Entre os responsáveis por The Nation encontra-se Katrina Vanden Heuvel, membro do comitê diretor do Franklin and Eleanor Roosevelt Institute (FERI), como seu pai, William Vanden Heuvel, que o presidiu. Os dois ocuparam seus postos junto a John Brademans, que presidiu o FERI antes de que Bill Clinton o pusesse na cabeça do National Endowment for Democracy (NED), de 1993 a 2001 (cf. Bob Feldman, “The Nation’s NED Connection”, QuestionsQuestions, 19/10/2002).
GLOBALIZAÇÃO E PENSAMENTO ECONÔMICO
A organização do Fórum Social Mundial na Índia, no final de 2003, permitiu medir o alcance das ramificações da Fundação Ford. Segundo um informe redigido pelo pesquisador indiano Rajan X. Desai para a revista Aspects of India’s Economy, a Ford financiou amplamente várias reuniões dos outro-mundistas, especificamente a prevista para Bombaim.
A intervenção era facilitada pelas múltiplas subvenções da Ford a organizações não governamentais indianas, particularmente no setor da agricultura. Segundo Rajani Desai, os projetos financiados permitiram tanto a revolução verde que reforçou a produção agrícola indiana quanto a invasão do mercado indiano pelos investidores estrangeiros. Seja como for, as críticas provenientes da “sociedade civil” indiana contra a Fundação Ford dissuadiram esta última de seguir subvencionando o Fórum Social Mundial.
Apesar de tudo, ao financiar o Fórum Social Mundial a Fundação Ford conseguiu influenciar nos debates intelectuais do movimento outro-mundista. Foi assim que militantes que se opunham às imposições do FMI e do Banco Mundial fizeram campanha a favor de um imposto mundial sobre as transações financeiras que seria cobrado e administrado... pelo FMI. Vimos também militantes esforçando-se para estabelecer uma diferença entre a oposição à ordem econômica e o protesto contra a invasão do Iraque, e outros opondo-se à política exterior agressiva que aplica Washington desde o 11 de setembro, ao mesmo tempo que exigiam que fossem excluídos os movimentos sociais dirigidos por muçulmanos.
Portanto, é importante recordar que se a Fundação Ford financiou o Fórum Social Mundial não foi porque esteja de acordo com suas teses, mas, ao contrário, para neutralizá-las. Há quem lembre ainda que, nos anos 60, na época em que atuava sem complexos, a Ford concedeu uma subvenção de 300.000 dólares ao American Enterprise Institute (AEI), think tank destinado a desacreditar as políticas de redistribuição, dirigido atualmente por Lyne Cheney e Richard Perle (cf. Susan George, “Comment la pensée devint unique”, Le Monde diplomatique, agosto de 1996).
A estratégia da Ford é a do “presente envenenado”. Consiste em intervir nas correlações de força internas entre os que se opõem aos Estados Unidos para alimentar conflitos e rivalidades que os debilitem ou para facilitar o triunfo do menos radical sobre o que mais incomoda.
* Da Rede Voltaire, onde, originalmente, este artigo foi publicado. Por razões de espaço, o texto que apresentamos é uma síntese da íntegra.